Clima tenso em São Januário

Que o Vasco vive um mau momento no Campeonato Brasileiro, não é novidade para ninguém. Em  três jogos disputados a equipe amarga duas derrotas e um empate e ainda é o penúltimo colocado na competição. A comparação com o início da temporada de 2008 -que levou o time ao rebaixamento daquele ano - é inevitável e as cobranças aos jogadores aumentam a cada dia.

A pressão que antes vinha da arquibancada, com vaias e xingamentos pelos péssimos resultados da equipe cruzmaltina, tomou conta dos gramados de São Januário na manhã de hoje. Cerca de 30 torcedores da torcida organizada Força Jovem invadiram o campo no meio do treino, e ameaçaram os jogadores com palavras e dedos apontados.

O meia Phillippe Coutinho foi um dos que sofreram com as reclamações. Um manifestante correu até o jogador de apenas 17 anos, e gritou que o Vasco não é time de moleque, com o dedo apontado em sua direção. O zagueiro Thiago Martinelle tomou as dores do menino e tentou acalmar a situação.

 Quando os torcedores impacientes se acalmaram, os jogadores vascaínos fizeram um circulo no centro do campo e ouviram por 20 minutos as reclamações. Apesar do clima quente e nervoso, não houve nenhuma agressão física e os torcedores deixaram o campo pacificamente. Durante todo o tempo, o treinador Celso Roth e a comissão técnica ficaram afastados do outro lado do campo, observando toda a movimentação e preferiram não se envolver.

A torcida vascaína está impaciente com a equipe desde a eliminação na Copa do Brasil para o Vitória da Bahia, em pleno São Januário. No último domingo o time foi ao estádio da Ressacada em Santa Catarina confiante na vitória sobre o Avaí, mas voltou com o resultado de 2x0 para o adversário, e mais uma vez sentiu o gosto amargo da derrota.

O Vasco vai à campo nesta quinta-feira para  enfrentar o Internacional em casa, pela quarta rodada do Brasileirão, e terá a 'obrigação' de vencer, caso queira ensaiar as pazes com a torcida cruzmaltina.